Cerimônia começa com missa na Basílica de São Pedro. De tarde, 115 cardeais de 50 países poderão escolher novo Papa
Itália - Os cardeais da Igreja Católica se reúnem nesta terça-feira em uma missa que abre o conclave que elegerá o sucessor do papa Bento XVI. Após a missa, os cardeais eleitores começam o processo de escolha do novo Papa. Uma primeira votação está marcada ainda para esta terça-feira, mas, segundo o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, o nome do novo Papa não deve sair nesta terça. O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, é cotado como potencial candidato para suceder o Papa, segundo a imprensa italiana.
Os cardeais, que desde o último dia 4 se reuniram diariamente para preparar a assembleia, ocuparam nas primeiras horas desta terça seus respectivos quartos na residência Santa Marta, onde eles ficarão enquanto durar o conclave.
Antes se dirigir à Capela Sistina, às 10h (6h de Brasília), os purpurados celebrarão a missa "Pro eligendo pontifice", que será oficiada pelo cardeal decano, Angelo Sodano.
Antes se dirigir à Capela Sistina, às 10h (6h de Brasília), os purpurados celebrarão a missa "Pro eligendo pontifice", que será oficiada pelo cardeal decano, Angelo Sodano.
Dom Odilo é cotado
O jornal italiano "La Stampa" afirmou no sábado que cresce a cotação do cardeal brasileiro para se tornar o novo Papa, por ser um latino-americano bem considerado, fala bem italiano e tem um sobrenome alemão e "modos medidos" que o fazem parecer "pouco latino".
A articulação incluiria eleger um secretário de Estado do Vaticano italiano, ou argentino de origem italiana no conclave de cardeais que deve ocorrer nos próximos dias, após a renúncia de Bento XVI, formalizada na última quinta-feira.
Por trás da iniciativa, segundo o jornal, estaria o decano do Colégio Cardinalício, Angelo Sodano, e o cardeal italiano Giovanni Battista Re, além de outros cardeais italianos.
Como será o conclave
Às 16h30, eles entrarão na Capela Sistina cantando o "Veni Creator Spiritus", com o qual invocarão a ajuda do Espírito Santo. Após o juramento pelo qual se comprometerão a manter em segredo tudo o que for dito ou feito e a defender fervorosamente os direitos espirituais e temporários da Igreja em caso de ser o eleito, o mestre de cerimônias pontifícias pronunciará a frase "extra omnes" e todos os alheios ao conclave sairão da capela.
Segundo o esquema antecipado pelo Vaticano, poderá acontecer a votação inicial nesta terça e haver a primeira fumaça: branca, se o pontífice for escolhido, e preta, em caso contrário. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que o mais provável é que hoje seja lançada uma "fumaça preta".
Para ser eleito papa é necessário alcançar dois terços dos votos dos cardeais eleitores. Como eles são 115, é preciso somar 77 votos. A legislação vaticana estabelece que no segundo, terceiro e quarto dias devem acontecer duas votações de manhã e duas à tarde.
Se após esses três dias nenhum candidato tiver alcançado os 77 votos, se procederá a uma jornada de reflexão e preces na qual não se votará. Depois serão retomadas as votações para outros sete eventuais escrutínios.
Se também não houver um novo papa, se procederá a uma nova jornada de reflexão e depois a outros sete escrutínios. Sem a aguardada fumaça branca, haverá outra pausa de reflexão e outros sete escrutínios. E assim será até a 34ª vez. A partir desse momento, a escolha ficará entre os dois cardeais mais votados, mas esses não poderão participar da votação.
O conclave terá início sem um candidato francamente favorito, embora todos os olhares estejam postos em cardeais de igrejas dinâmicas e jovens, como os purpurados africanos e latino-americanos, e são muitos os que asseguram que o futuro papa não será italiano, devido às manchas lançadas pelo escândalo "Vatileaks".
As informações são da EFE
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