Em várias cidades do Estado familiares e amigos realizam diversas ações para arrecadar os R$ 270 mil (cerca de U$ 170 mil de Singapura) para trazer Renato de volta ao Brasil em um avião equipado com UTI. Enquanto isso não acontece, cada dia que o personal permanece internado na cidade asiática, a família gasta cerca de R$ 3 mil ou U$ 2 mil dólares locais.
Neste domingo, os amigos e educadores físicos, Xuxa e Junior Balestero, organizaram uma academia ao ar livre na avenida Getúlio Vargas, uma das principais de Bauru, que teve uma das vias interditadas, tudo para ajudar na ação da família. Aline Serra, mãe da única filha de Renato, está confiante que até a próxima semana a família consiga arrecadar o dinheiro necessário. “Em uma semana de mobilização conseguimos arrecadar R$ 106 mil. Gente de toda parte está ajudando, até uns amigos dos Estados Unidos e de Londres têm feito depósitos. Estamos confiantes de que vamos conseguir trazê-lo de volta”, disse Aline.
A expectativa era de reunir mil pessoas na super academia ao ar livre deste domingo e arrecadar cerca de R$ 10 mil. O público de aproximadamente 300 pessoas não foi o esperado, mas algumas das pessoas que participaram do evento, doaram mais que R$ 10,00 e a arrecadação deve chegar próximo do esperado.
A filha de Renato, a pequena Fernanda Cordeiro, 10 anos, era uma das mais entusiasmada com o evento e entregava panfletos com a foto do pai e os dados para doação bancária. “É bom ver toda essa gente aqui, saber que meu pai é querido e que essas pessoas têm bom coração como diz a minha mãe”, disse. A pequena contou que sente falta do pai, mas é pequena para entender a gravidade do fato, quando se pergunta para ela sobre o pai, a menina apenas diz que quer ele por perto, de volta. “Quero papai aqui”, diz com um brilho inocente no olhar.
Renato de acordo com familiares tem uma forte ligação com Bauru e São Carlos, cidades paulistas onde estão sendo realizadas a ações para arrecadar o dinheiro. Em Bauru Renato tem Aline e filha, em São Carlos, estão a mãe e irmãos do personal.
Andréia Cordeiro Mecca, 25 anos, irmã de Renato, esteve em Bauru para participar da academia ao ar livre. Ela conta que o irmão quebrou duas vértebras da coluna cervical e com isso perdeu a autonomia do diafragma, por isso respira com ajuda de aparelhos. “Os médicos suspeitam que ele possa ficar tetraplégico, pois não tem tido movimentos dos braços e pernas, mas isso ainda não foi confirmado pelos exames. As informações preliminares são de que a medula óssea não se rompeu isso nos anima muito”, contou.
Walkiria Célia Duarte é aposentada e não participou das aulas de body combat, jump entre outras modalidades escolhidas devido à profissão do personal, mas fez questão de ajudar “É uma pessoa muito querida em Bauru. Estamos pedindo a Deus que oriente esta família”, disse a aposentada.
Além da aula ao ar livre os amigos familiares conseguem doações pela a internet, com ações em faróis na cidade de São Carlos, rifas e tudo mais que possa arrecadar o dinheiro necessário da forma mais rápida possível.
O acidente
Internado desde o final de janeiro em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Singapura, Renato respira com ajuda de aparelhos, está lúcido, mas não tem movimentos do pescoço para baixo. Ele passou por uma cirurgia para reconstrução da terceira e quarta vértebras. “Temos noção que a recuperação dele será lenta, mas estar perto da família fará muito para o Renato”, afirma Aline. Ainda não se sabe onde o personal deverá ficar internado quando voltar ao Brasil. A família não recebeu nenhuma ajuda do consulado brasileiro no país sul asiático. (Terra)